O cooperativismo digital vem mostrando ser um caminho eficiente para promover a inovação aberta nos negócios. Em um mundo cada vez mais digital, a colaboração de pessoas em torno da tecnologia está acelerando a inovação.

A inovação aberta é um conceito que transformou a forma como as organizações encaram a inovação. Em vez de manter todo o conhecimento guardado internamente, o foco passou a estar na troca com parceiros externos.

E não faltam bons exemplos de empresas que exploram o cooperativismo digital para promover a inovação aberta. Neste artigo vamos conferir como isso pode ser colocado em prática!

Cooperativismo digital e inovação aberta

A inovação aberta é um modelo de gestão empresarial que promove a colaboração com pessoas e organizações externas à empresa – sejam universidades, parceiros ou os próprios clientes. Trata-se de uma mentalidade que reconhece que o conhecimento está em toda a sociedade, não apenas dentro da própria organização.

Se você conhece os princípios do cooperativismo, sabe que tem tudo a ver com esse conceito. Estamos falando de um movimento que busca transformar o mundo em um lugar mais justo, feliz, equilibrado e com melhores oportunidades para todos. Tudo isso com base na cooperação.

Mas para promover a inovação aberta, é preciso que exista um ecossistema propício para que todas as partes envolvidas possam interagir. É neste contexto que surge o cooperativismo digital – que usa as ferramentas tecnológicas para apoiar a colaboração.

No cooperativismo digital, todos podem unir esforços para melhorar o ambiente de negócios!

Como o cooperativismo digital é colocado em prática?

O cooperativismo digital é baseado na união de pessoas ou empresas para criar soluções melhores para todos, trabalhando no desenvolvimento de alternativas mais justas de negócios de economia compartilhada e inovação aberta. Mas como isso é colocado em prática?

Para responder essa pergunta, vamos nos basear em dois modelos: o cooperativismo de plataforma e a co-criação.

Cooperativismo de plataforma

A economia compartilhada se infiltrou cada vez mais em nossas vidas sob a forma de plataformas móveis como Uber, Airbnb e eBay. No entanto, a economia compartilhada enfrentou várias reações ao longo dos anos, pois suas empresas capitalistas priorizam motivos de maximização de lucro sobre seus próprios trabalhadores, negligenciando assim o bem-estar dos trabalhadores em detrimento da igualdade econômica e social.

Nesse contexto, o movimento cooperativo de plataforma nasceu com uma forte convicção de defender as preocupações econômicas e sociais comuns dos trabalhadores. As cooperativas de plataforma oferecem os mesmos serviços em plataformas digitais tecnologicamente equivalentes em comparação com suas contrapartes capitalistas – como compartilhamento de caronas, marketplace online ou crowdsourcing – mas o engajamento dos trabalhadores nesses dois modelos de negócios é muito diferente, devido a seus objetivos e missões distintas.

Ou seja, estamos falando de uma vertente da inovação aberta, que tem o cooperativismo como uma ação diária dentro da ferramenta. Segundo o criador do conceito, Trebor Scholz, o cooperativismo de plataforma segue os mesmos princípios de uma cooperativa tradicional, mas há duas grandes diferenças. Primeiro, a transação comercial é realizada em plataformas digitais, como sites ou aplicativos móveis. Em segundo lugar, devido à natureza interconectada da economia digital, as cooperativas de plataforma são mais eficientes em promover a colaboração entre seus próprios membros e entre diferentes cooperativas.

Veja alguns exemplos de cooperativas de plataforma espalhados pelo mundo:

  • Ampliative Art. A Ampliative Art visa melhorar as condições e perspectivas dos artistas. Para isso, propõe o desenvolvimento de uma plataforma web baseada na reciprocidade onde toda comunidade pode disponibilizar seus trabalhos artísticos e receber vários tipos de doações para recompensar essas obras e reconhecer seu trabalho.
  • Resonate. O Resonate é o primeiro serviço de streaming de música de propriedade cooperativa do mundo. Na prática, é uma plataforma coletiva em que os donos são os usuários – sejam eles os músicos ou os próprios ouvintes cadastrados. Além disso, a remuneração aos artistas é superior à praticada pelas tecnologias tradicionais.
  • Seed.Coop. A plataforma Seed.Coop conecta membros para construir cooperativas sustentáveis e justas. Seu objetivo é promover a diversidade, a democracia e uma relação mais próxima da alimentação com quem cultiva os alimentos.
  • Up and Go. A Up & Go oferece serviços domésticos profissionais, como limpeza da casa, prestados e gerenciados pelos próprios trabalhadores.
  • Important Cool. Um coletivo de jornalismo de propriedade dos trabalhadores. Os patronos votam em quais projetos são financiados e quais são descartados.
  • Fairmondo. Criada na Alemanha, a Fairmondo é um marketplace global e descentralizado em que os usuários possam descobrir itens interessantes com facilidade. Sua principal característica é ser de propriedade dos próprios usuários.
  • Midata. A Midata é uma plataforma cooperativa que tem como missão mostrar como os dados podem ser usados para o bem comum. De maneira simultânea, baseado na premissa da governança de dados, a Midata tem a proposta de garantir também o controle dos cidadãos sobre seus dados pessoais.
  • FairCab. O FairCab é uma plataforma de transporte urbano compartilhado de propriedade dos próprios motoristas. O seu lema é: “nós podemos fazer melhor que o Uber”.
  • MeansTV. Esse é o primeiro serviço de streaming pós-capitalista do mundo operado de forma cooperativa. Trata-se de uma plataforma de filmes, documentários e programas, além de conteúdos semanais ao vivo, como noticiários, jogos, esportes, etc.
  • Positive News. Quando grande parte da mídia está cheia de desgraça e melancolia, a Positive News é a primeira organização de mídia do mundo dedicada a reportagens independentes e de qualidade sobre o que está dando certo.
  • FairBnB. Uma plataforma cooperativa de reservas de hospedagens que promove e financia iniciativas e projetos locais. Seu objetivo é conectar viajantes conscientes com anfitriões justos.

Co-criação

Outra aplicação do cooperativismo digital é a co-criação de soluções entre empresas, que geram benefícios mútuos. Trata-se de um processo de criação que envolve pessoas de fora no processo de idealização e desenvolvimento de um projeto.

Aqui o cooperativismo entra na etapa de desenvolvimento, que é o caso que aconteceu com o desenvolvimento do APP de remuneração Variável da Coopersap!

A Coopersap é uma cooperativa de consultores que trabalham em conjunto para lhe entregar o melhor serviço ao menor custo possível. Atuamos inclusive como um HUB que pode unir empresas para promover o cooperativismo digital e impulsionar melhores resultados para todos os negócios envolvidos.

Você já conhecia a relação do cooperativismo digital com a inovação aberta? Para mais conteúdos como este, continue acompanhando o blog da Coopersap!