O Open Innovation é um conceito que vem revolucionando a maneira como as organizações encaram a inovação. Em vez de manter todo o conhecimento guardado internamente, trata-se de um modelo mais colaborativo e diversificado.

Ao implementar a colaboração com parceiros externos, as empresas têm muito a ganhar. Para isso, é importante compreender como o Open Innovation pode ser colocado em prática. Confira logo a seguir os principais padrões e modelos recomendados!

O que é o Open Innovation?

Open Innovation (ou Inovação Aberta) é um modelo de gestão empresarial voltado para a inovação que promove a colaboração com pessoas e organizações externas à empresa. Nesse sentido, os desafios do Open Innovation são uma verdadeira ruptura cultural para a antiga mentalidade de silo da empresa e o sigilo tradicionalmente associado à cultura corporativa de P&D.

As empresas implementam práticas de Open Innovation de diferentes maneiras, como alianças entre empresas, parcerias com grupos de pesquisas em universidades, competições de crowdsourcing e ecossistemas de inovação.

Por outro lado, se as empresas inovassem apenas com os especialistas internos, teriam um horizonte de soluções menor e restrito. As vantagens do Open Innovation, portanto, incluem o acesso a:

  • Cada vez mais ideias inovadoras, por exemplo, através das diferentes perspectivas e competências.
  • Conhecimento, por exemplo, sobre as necessidades e mercados do cliente.
  • Novas tecnologias ou melhorias, em ganhos reais de expertise em soluções.

Além disso, torna-se possível aumentar a qualidade da inovação em diversos pontos:

  • Tempos de desenvolvimento mais rápidos, pois a expertise já está disponível e não precisa ser acumulada.
  • Riscos de desenvolvimento mais baixos.
  • Potencial de financiamento público por meio da cooperação em consórcios de P&D.

Tipos de Open Innovation

As empresas podem usar o Open Innovation em inúmeras formas, colocando a filosofia em uso prático da maneira que melhor se adapte aos seus objetivos de negócios. Ao considerarmos os diferentes tipos de inovação aberta, podemos desenvolver uma compreensão clara de como melhor usá-la.

Podemos classificar o Open Innovation de acordo com quatro níveis de inclusão:

  • Intracompany. Esforços de inovação aberta dentro da organização. Embora esse tipo possa parecer contrário à filosofia abrangente de Open Innovation, a inovação dentro da empresa reúne recursos de vários departamentos.
  • Intercompany. Inovação aberta entre duas (ou mais) empresas. O exemplo perfeito desse tipo é um acelerador corporativo.
  • Para especialistas. Inovação aberta que traz pessoas de fora da organização que possuem a experiência e o conhecimento necessários para fornecer informações relevantes.
  • Aberto ao público. Inovação aberta que convida todas as pessoas de fora da organização, independentemente de seu conhecimento anterior ou reputação.

Depois de determinar o nível de inclusão, podemos definir a finalidade de uso como uma das seguintes:

  • Marketing para promover a mensagem da marca e transmitir informações importantes para o público-alvo.
  • Coleta de insights para identificar e avaliar informações valiosas sobre as tendências atuais do mercado e as preferências dos clientes.
  • Encontrar talentos para aprimorar o conjunto geral de habilidades e a produtividade da força de trabalho da empresa.
  • P&D para desenvolver novos produtos ou serviços.

Premissas e padrões utilizados

Agora que você entende melhor as aplicações do Open Innovation, vamos examinar alguns dos modelos mais eficazes. Aqui estão algumas premissas e padrões que podem ser usados:

Open Innovation challenge

Um desafio de Open Innovation é um evento onde empreendedores, pesquisadores e equipes especializadas competem entre si para tentar resolver um problema definido. Um exemplo é o portal de inovação da Unilever, que busca soluções para os problemas que as empresas enfrentam com embalagem, transporte e armazenamento de produtos alimentícios.

Os desafios da inovação ajudam as empresas a reunir ideias e encontrar soluções. Normalmente, os problemas são bem definidos. No entanto, às vezes pode exigir uma abordagem mais ampla para incentivar o pensamento em torno de uma gama mais diversificada de ideias.

Laboratórios de inovação aberta

Um laboratório de inovação aberta é um espaço de trabalho dedicado que opera fora das rotinas e práticas normais do negócio.

Muitas vezes, as equipes que trabalham nesses laboratórios são formadas por novos contratados e especialistas externos, que colaborarão para fornecer soluções para problemas específicos ou então encontrar maneiras de melhorar os produtos, serviços ou sistemas existentes na empresa.

Call for Ideas e Hackathon

Em muitos casos, as empresas buscam no mercado novas ideias que possam melhorar ou revolucionar seus negócios ou seus processos internos.

A Call for Ideas (Chamada de Ideias) é muito útil quando você deseja explorar o mercado, mas não tem um resultado final em mente. Uma vez que novas ideias são propostas, as organizações podem potencialmente desenvolver novas tecnologias, novos modelos de negócios ou atender às necessidades de mercado inexploradas.

E uma forma de encontrar ideias rapidamente é através dos Hackathons, nesta situação os objetivos definidos pela empresa são um pouco mais rigorosos e devem ser apresentados, pelo menos como uma Prova de Conceito (PoC), em um tempo muito curto (24–48h). O objetivo é apresentar uma solução tecnológica relevante para o problema apresentado pela empresa organizadora.

Outro exemplo para encontrar ideias rapidamente no mercado, pode ser premiar ideias valiosas, gerar ações de recompensas e posteriormente dar continuidade a elas por meio de uma colaboração mais direta e direcionada.

Incubadores e aceleradoras

Para introduzir inovação na empresa, outra ferramenta importante podem ser as “Incubadoras” e “Aceleradoras de Negócios”. Idealmente, essas organizações têm a capacidade de apoiar os esforços iniciais de empresas jovens e acompanhá-las em seu crescimento, fornecendo ferramentas e espaços úteis para o desenvolvimento de um negócio eficaz.

Inovação com clientes

Clientes e usuários são uma ótima fonte de inovação, pois suas experiências e desejos são impulsos importantes para novos produtos. Não se trata simplesmente de uma pesquisa de mercado onde suas necessidades são questionadas, mas de sua integração específica no processo de desenvolvimento de ideias.

O método é caracterizado pela orientação extrema do usuário e pela integração precoce dos usuários no teste de conceitos ideais. É, portanto, também um método de inovação aberta e aplicado com sucesso por start-ups e empresas de sucesso – como Uber ou Google.

Cooperações de start-up

A cooperação com start-ups é particularmente importante para qualquer empresa que busca um alto potencial por meio da transformação digital. Essas parcerias podem resultar em ótimos resultados:

  • Acesso rápido a know-how sobre novas tecnologias de TI;
  • Acesso a mentes criativas e, portanto, novas possibilidades;
  • Implementação rápida de inovações por meio de start-ups.

Cooperativismo e o Open Innovation

A necessidade crescente pela inovação, levou ao surgimento de muitas entidades empresariais para sanar as dificuldades em transformação digital de outras empresas. Algumas dessas entidades são especializadas em consultoria estratégica, enquanto outras estão focadas na criação de soluções que promovam a integração entre a demanda por inovação e os inovadores.

Esse segundo tipo de empresas traz a tendência de marketplaces baseados na web. Um ótimo exemplo disso é o da Innocentive, uma empresa aberta de inovação e crowdsourcing que permite que as organizações apresentem seus problemas não resolvidos e necessidades não atendidas. A partir disso, eles ficam responsáveis por buscar as melhores ideias. Nesse cenário, o papel da plataforma é pura intermediação e atua como facilitadora entre as duas partes.

Dentro desse ecossistema de organizações dispostas a inovar, as cooperativas também exercem um papel importante. O cooperativismo rompe com a lógica do individualismo e do lucro. Em vez disso, propõe a colaboração de todos para que sejam alcançados interesses comuns. Não parece algo inovador? Sobretudo essa cooperação amplia o trabalho conjunto, rompe barreiras de co-criação e alavanca ainda mais novas ideias e insights. Seja utilizando-se da expertise de seus cooperados, clientes, ou colaboração entre empresas.

 

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